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A dor da perda | A dor das mudanças

  • Psicóloga Talyta Paitra (CRP 12/15580)
  • 3 de out. de 2017
  • 3 min de leitura

A dor da perda, o sofrimento e o luto não dizem respeito somente em casos de morte. Passamos por várias situações de perdas na vida, desde a perda de um objeto com valor sentimental, a perda de um emprego, a perda de uma oportunidade, a perda da saúde, da alegria e também as perdas de pessoas queridas, seja em términos de relacionamento, mudanças de cidade ou por meio da perda mais temida: a morte. A morte, considerada como uma perda real e as outras ocasiões, uma perda simbólica mas que não se ausenta de sofrimento e portanto, de um processo de luto.

Hoje, estou aqui para falar para você sobre a dor das mudanças. Mas o que as mudanças têm a ver com perdas e luto? TUDO!

A cada mudança que você faz, seja ela interna ou externa, perde-se algo, algo é deixado para trás ou deixa de existir. É muito mais presente do que nos damos conta. Obviamente que as dores das perdas variam, pra cada tipo de perda, pra cada tipo de pessoa e da intensidade de sentimento que liga essa pessoa ao que foi perdido. Assim, pode-se perder algo sem sofrer caso seu apego a tal não exista ou seja muito pequeno.

As mudanças podem ser doloridas e é por isso que está cheio de gente por ai que evita mudar, que passa anos da mesma maneira, sem se arriscar, sem pensar ou fazer diferente.

A mudança de instituição escolar por exemplo, pode causar muito sofrimento para uma criança (ou adolescente) pois há uma perda de um ambiente cheio de amigos, de um ambiente do qual já se conhece seus funcionários e também seu espaço físico, isso tudo, oferece segurança, que é abalada ao se chegar em um espaço novo e a elaboração da perda do espaço anterior se dá ao se adaptar ao novo espaço. O mesmo pode acontecer com adultos em suas faculdades ou até mesmo em outros tipos de instituições como as de trabalho.

Perder e/ou mudar de trabalho, nos remonta a uma perda não só do ambiente de trabalho e seus relacionamentos, mas também de meios de produção (você já sabia o que fazer e quando fazer, agora, aprenderá novamente conforme o novo espaço), você perde seu lugar de trabalho na outra empresa que lhe dava uma identidade, lhe permitia dizer para as outras pessoas quem você é "eu sou coordenador" "eu sou engenheiro" "eu sou secretária", ou seja, você necessita se adaptar a um novo "eu sou", afinal, quando vai se apresentar para uma pessoa nova, a maior parte das pessoas usa o discurso de trabalho como referência de apresentação para o outro saber quem se é. A elaboração dessa perda acontece conforme você vai se adaptando a esse novo trabalho, atribuindo um significado para ele em sua vida.

Ainda, mudanças de cidade podem ser também uma das mudanças doloridas de perdas. Afinal, em cada cidade que se vive, cria-se uma história, vínculos e sentimentos a cerca do local. Ao mudar de cidade, "perde-se" os amigos, familiares, emprego, amores, entre outros.

Vale lembrar ainda, que muitas mudanças são temporárias, logo, sua perda também, mas, aquele momento, aquele instante, aquele relacionamento da maneira que era, foi perdido. Mesmo que haja um retorno, o que existia não existe mais, está diferente, está transformado, assim como você.

Muitas perdas simbólicas são resultados das escolhas que fazemos e por isso muitas escolhas são difíceis, pois há que se decidir o que perder, qual caminho deixar para trás. Se você ainda não leu o texto sobre escolhas, leia aqui: https://talytapsicologia.wixsite.com/psico/single-post/2017/08/30/ESCOLHAS

Mas e você, como têm lidado com suas perdas, suas mudanças e suas escolhas?

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Talyta Laila Paitra

Psicóloga

CRP 06/97888

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