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(In)dependência emocional nos relacionamentos amorosos

  • Psicóloga Talyta Paitra (CRP 12/15580)
  • 24 de set. de 2017
  • 3 min de leitura

É só você tirar um tempo para conversar com pessoas que se encontram em algum tipo de relacionamento (seja ele casamento, namoro ou até mesmo o famoso ficando) para perceber que existem alguns fatos comuns que assombram essas relações. Muitos permanecem nesses relacionamentos por comodismo, outros por dependência (emocional, financeira, etc) e outros, de fato pelos sentimentos legítimos de afeto.

A dependência por si só é inerente ao ser humano, desde o nosso nascimento, onde dependemos dos nossos pais (ou alguém que faça tal papel) e levamos muito dessas relações iniciais para nossos relacionamentos amorosos. A dependência emocional nos relacionamentos amorosos chega por inúmeras vezes disfarçada por sentimento de paixão ou amor. As pessoas acreditam que precisam daquele outro e que sem esse outro, tudo perde sentido. É comum ouvirmos "eu não sei o que faria sem ele/ela", "não posso viver sem ele/ela", a questão é que sim, você pode viver sem esse outro, assim como viveu até encontrá-lo. Pensar em estar longe de quem a gente ama realmente é algo horrível e todos são passíveis de não conseguirem enxergar nenhuma perspectiva melhor sem a outra pessoa, mas em alguns casos, falamos de excessos que influenciam e muito na vida das pessoas durante o relacionamento e também após seu término.

Há pessoas que nunca ficam sozinhas, "engatam" um relacionamento atrás do outro e em todos eles o amor logo aparece em seu discurso "te amo para sempre". Qual o problema nisso? Nenhum, desde que essa falta de tempo para elaborar os acontecimentos do relacionamento anterior não interfiram no atual, não causem sofrimento e que não seja uma tentativa de evitar solidão ou mostrar para o outro que "está melhor que ele".

Nessa dificuldade de ficarem sozinhas, muitas pessoas acabam permanecendo em relacionamentos dos quais são lhes fazem bem (relacionamentos abusivos por exemplo), relacionamentos em que não há confiança, que são destrutivos ou dos quais já não sente mais nada pelo (a) parceiro (a). Há uma grande insegurança sobre o que vai encontrar e como vai ser "o mundo lá fora" se esse término acontecer. Desse modo, temos os casos em que a pessoa já não atribui sentimento ao relacionamento, não sente que ama, mas permanece no mesmo por insegurança, medo de arrependimentos, medo de bancar a própria escolha arriscando algo seguro por algo que não se sabe o que é, ou seja, de certo modo, comodismo, pois é muito mais seguro e fácil lidar com aquilo que já se conhece do que bancar o desconhecido.

Assim, também há uma grande diferença entre o amor saudável, que nos impulsiona a sermos melhores em nossa individualidade e por consequência como casal, para aquele relacionamento em que existe praticamente uma simbiose, onde não há individualidade mas acredita-se que seja positivo, afinal, fazem tudo juntos, parecem até uma pessoa só e o que parece aos olhos do casal uma cumplicidade, ao olhos de outros, mostra-se como uma anulação de ser quem se é sem o outro. Ou, há ainda aquela dependência em que alguém abre mão das suas escolhas e necessidades para que essas sejam feitas todas pelo parceiro, e, quando se veem em situações em que precisam se impor e tomar as próprias decisões, aparecem inúmeras dificuldades, pois, há que se responsabilizar pelos próprios atos e escolhas ao invés de atribuí-las ao outro que toma esse papel na relação pela sensação de ser lisonjeado por alguém lhe atribuir essa escolha, podendo até incentivar o ato para conseguir manipular os comportamentos do outro.

Assim, podemos perceber que a dependência emocional pode aparecer das mais diferenciadas maneiras e por diferenciados motivos. Porém, nos casos em que a dependência emocional se torna excessiva e/ou evidente, quase sempre estamos tratando de casos em que há uma necessidade de autoconhecimento por parte do dependente, onde, podem surgir amostras de dificuldades relacionadas a autoestima, insegurança, autoconfiança, medo de abandono, ciúmes, entre outras questões que precisam ser trabalhadas para que os relacionamentos sejam mais saudáveis.

Quer ler mais? Veja a primeira parte: Independência emocional | Como eu vim parar aqui? (https://talytapsicologia.wixsite.com/psico/single-post/2017/09/20/Independ%C3%AAncia-Emocional-Como-eu-vim-parar-aqui

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Talyta Laila Paitra

Psicóloga

CRP 06/97888

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