(In)dependência Emocional | Como eu vim parar aqui?
- Psicóloga Talyta Paitra (CRP 12/15580)
- 20 de set. de 2017
- 3 min de leitura

Estamos no mês de setembro, mês em que no dia sete comemoramos a independência do Brasil. Nada mais propício do que falar sobre ela, a independência, mas aqui, não a do Brasil, a sua, a independência emocional.
Todos já passamos por momentos em que dependemos de um outro ou de algo, e assim é desde que nascemos, afinal, só sobrevivemos porque alguém cuidou de nós por muito tempo até que pudéssemos ser considerados independentes o suficiente para sobreviver. Mora numa bolha de egoísmo e alienação aquele que acredita não depender de ninguém. Nós, como seres sociais, sempre envolvidos com outras pessoas e processos, em algum momento vamos depender de alguém.
Mas o foco deste texto está em um tipo de independência - ou dependência - que seria a independência emocional, principalmente no ato de tomar decisões.
Preocupados em buscar independência financeira (principalmente), muitos de nós, entramos na onda de velocidade dos acontecimentos. Com a tecnologia, não sabemos mais esperar. Quais as consequências disso para as nossas emoções?
Bom, o fato é que emoções também precisam de reparos, ajustes e cuidados, mas estes necessitam que paremos por um instante (ou vários, de preferência) para que possamos identificar seus porquês.
Por que fiquei chateada (o) com algo algo que aparentemente é tão bobo? Por que fui grosseiro (a) com aquela pessoa? Por que cada vez que determinada coisa acontece eu me sinto diferente? Por que sempre entro nos mesmos tipos de relacionamentos? Por que não consigo ficar sozinho (a)? Etc.Etc. Etc.
Assim, muitas pessoas chegam a estados mentais e situações de vida sem se darem conta e quando percebem se questionam "como eu vim parar aqui?" "como tudo isso foi acontecer e eu não me dei conta?".
Vocês por exemplo, se assustariam se soubessem o quão grande é o número de pessoas que permanecem em relacionamentos (do namoro ao casamento e também em amizades) pelo medo de ficarem sozinhos (as).
Todo mundo conhece alguém que mal termina um relacionamento e logo em seguida começa outro e assim pode fazer várias vezes.
Ainda, há aqueles que "elegem" uma pessoa para tomar suas decisões. Nada faz que não for aprovado ou decidido por essa. Nesse caso, é mais comum vermos tomar essa posição parceiros íntimos e pais. Assim, tira-se a responsabilidade da própria escolha e coloca-se no outro. Um dependente do outro para tomar decisões. Aqui nos cabe pensar que além de termos alguém "abrindo mão das próprias escolhas" (entre aspas pois o que nos aparenta não ser uma escolha, também é uma), temos alguém fazendo escolhas pelo outro e esse segundo sujeito deve compreender qual a sua posição nesse relacionamento, seja ele familiar, amoroso ou de afeto, não tomando para si essa responsabilidade tanto por decisões que deveriam ser do outro, como também pelas decisões que dizem respeito a própria relação e que deveriam ser tomadas em conjunto. Ou seja, para todo aquele que "abre mão" das suas escolhas, possui alguém absorvendo e decidindo pelo outro e desse modo, adquirindo uma carga maior para si. Existem muitas pessoas permitindo que façam escolhas no lugar delas, o que acaba sendo cômodo e tornando essas pessoas dependentes da decisão do outro, e, há muitas pessoas fazendo escolhas pelo outro, o que de certo modo também acaba se tornando cômodo.
Vale refletirmos os papéis das pessoas a nossa volta e o que elas representam para nós. Vale refletirmos quais os medos de tomar decisões e nos responsabilizarmos por elas. E ainda, vale refletirmos se estamos próximos de alguém por dependência, conveniência ou porque de fato essas pessoas nos fazem bem.
De forma destacada a dependência emocional aparece em muitos relacionamentos amorosos. Quer saber mais? Acesse a continuação em: Independência emocional nos relacionamentos amorosos (https://talytapsicologia.wixsite.com/psico/single-post/2017/09/24/Independ%C3%AAncia-emocional-nos-relacionamentos-amorosos
Comentários